quarta-feira, 3 de março de 2010

Destruidores de sonhos





Estamos cercados por pessoas que odeiam quem tem sonhos puros e que podem mexer com as estruturas institucionais. Quem tem sonhos não vive o ordinário, vive o extraordinário; não vive na média, vive acima da média; não vive na normalidade, vive na “anormalidade”.
A história revela que as pessoas que causaram impacto no mundo devido às circunstâncias e pressões, desafiaram as convenções, normas, tradições e culturas do seu tempo. Elas tiveram coragem para romper com mediocridade, apresentando caminhos ainda não percorridos.
José fora enviado pelo seu pai para saber como estavam os seus 11 filhos que tomavam conta do rebanho. A viagem durou dois dias. Como o terreno fosse plano, e como, além disso, José estivesse vestido com uma capa colorida, eles o avistaram de longe e disseram: “Vem lá o tal sonhador”. Tramaram a sua morte e o resultado da votação foi 10 a 1, o que demonstra que eles realmente o detestavam. Rubem pediu que não o matassem, mas que fosse atirado numa cisterna, possivelmente numa tentativa de retornar posteriormente e retirá-lo dali (Gênesis 37.14, 20-22).
Desconhecendo as intenções de Rubem, eles friamente receberam José, arrancaram a sua linda túnica e o lançaram na cisterna vazia e foram, calmamente, almoçar (Gênesis 37 23-25). Nem se importaram com os gritos angustiados do irmão no fundo do poço. Eles detestavam o único sonhador da família, pois José estava além da normalidade.
Aparentemente os sonhos daquele jovem estavam na fossa, mas Deus intervém, mandando uma caravana de mercadores estrangeiros que trabalhava com tropas de camelos. Foi aí que Judá teve uma idéia melhor: livrar-se de José e ainda ganhar um dinheirinho. Rubem tinha ido ao banheiro e, por isso, a votação foi por unanimidade. José foi vendido como escravo por 20 siclos de prata (Gênesis 37 26-28). Quando Rubem regressou ao acampamento eles mostraram a túnica encharcada de sangue na tentativa de convencê-lo de que uma fera tinha destruído o irmão.
Não se decepcione, pois as pessoas não acolhem e respeitam os seus altos e santos objetivos, como você espera. Parece também que Deus também não os realiza como queremos e como lhe pedimos. Mesmo que tenhamos os melhores sonhos e as energias e a autoconfiança que tais sonhos criam, isso não é o suficiente para vencermos as desconfianças familiares e dos nossos amigos. Precisamos de humildade e ficar na dependência divina para o enfrentamento das dificuldades.
Existem sonhos que não se conta para as melhores pessoas que estão ao nosso redor. A prudência recomenda que guardemos em nosso interior, enquanto isso, eles vão tomando formas mais consistentes para que possamos concretizá-los.


Sérgio M. Brandão Coêlho

Nenhum comentário:

Postar um comentário